Sobre mi trabajo

Voces sobre mi obra

Voces sobre mi obra

Josep Lluís Ponce i Guitart

Sin duda alguna, nos hallamos ante una pintura que levanta el ánimo del espectador por su perfección, por sus reflejos y por la utilización sabia de los colores, de acuerdo siempre con la más viva naturaleza que cambia según la situación horaria y la estación meteorológica; lo que quiere decir, que en Laura, hallamos todo lo que una Pintora pueda ofrecernos en sus variedades técnicas: sea en su faceta abstracta como en la figurativa. Su formación en la utilización de los pinceles, resulta ser extraordinaria, buscando paisajes urbanos que representan un gesto paciente del artesano puro, que destila tiempo a un ejercicio extremadamente exigente, donde la autocrítica se encuentra en el libre albedrío, que se nota en cada una de sus pinceladas, consciente y susceptible de una normativa artística consciente.

El proyecto con que construye sus trabajos, combina obras originales con otras donde la inteligencia contribuye en su presencia física a facilitar belleza, con lo que consigue superar con nota alta sus dos proyectos técnicos, con una gran dosis de profundidad conceptual. En todo caso, descubre nuevas perspectivas impuestas por la coherencia.

Prácticamente esto lo dice todo: una extraordinaria entidad de tópicos porosos, que abarcan un amor incondicional a la pintura y un reconocimiento a lo que ha puesto Dios sobre la tierra y la mano del hombre en el paisaje urbano. Son referentes clásicos que manda al lector más exigente, teniendo en cuenta que dentro de su quehacer sabe expresar las posibilidades, desde un punto de partida figurativa o de arte moderno que viene inspirada por la vista y la inteligencia, que abarcan en toda su grandeza, la generosidad.

Josep Lluís Ponce i Guitart
Crítico de Arte

Silvina Vázquez

Nada es inocuo en un universo cuyas formas evocan la garganta del alma.

“Soy la Resbaladiza, la que se acuesta con los caballos en la aleta lacia de la luna. Soy la primorosa de los pies temblando por la fatalidad del oleaje, por el desliz de los niños mojados, por el sedante en la frente de mi Amante Pez. Soy la Duendesa del diente partido y tengo una niña igual a mí pero inversa.”
Lola Arias, Las impúdicas en el paraíso.

Trozos de papel y manchas de color. Nada es inocuo en un universo cuyas formas evocan la garganta del alma. Con su propio trazo, allí donde la hondura ha perdido cualquier vocabulario, cualquier atisbo de poder nombrar o controlar el fenómeno mediante las etiquetas de la mente. Haciendo del significado establecido una laceración para el corazón sensible, pensante y latiente. Tomando del color su infinita destreza para apaciguar, para sembrar cierta ternura en un mundo que cuenta su tiempo en horas, minutos y segundos. Implacablemente.

Al observarlas, estas pinturas cobran su propio movimiento y luz primordial. El abandono de las proporciones, el juego infantil de una paleta desteñida, un dripping que ama la casualidad y se entrega a ella, puesto que intuye que tan sólo desde la contingencia puede fulgurar la belleza y su sentido.

Aquí no hay Esfuerzo, ni Voluntad, ni Yo.

Aquí aparecemos ante en un espacio de libertad. Es igual si lo llamamos Hole, Day stars, Profundis o La magia desfigurada. Hay obras que tragan al mismo tiempo que seducen. Y otras que duelen a la vez que curan. A la manera en la que un niño contempla el mundo adulto como una versión atropellada del absurdo y lo superficial. Estos lienzos lloran como bebés tranquilos. No para expresar, ni para pedir ni para manifestar. Lloran para informar, amorosamente, sobre la realidad interior olvidada.

Silvina Vázquez

Carlos Barros

Exposición Labela. Retrospectiva 2009-2011

A amiúde profundidade de privar com um artista torna inevitável estabelecer ligação entre a sua vida e a sua obra. No presente caso a felicidade de poder viver de perto (com) os trabalhos da Laura permitem-me ser invadido e construído por elas. Se por um lado as obras emergem na complexidade das formas por outro imergem na harmonia das sensações.

As obras apresentadas nesta expo representam uma violenta contraversão do jogo de formas na forma do expressionismo abstracto. Há uma narrativa que avança na capacidade de adulteração das formas que põem em dialogo formas com formas deformantes. Aparentemente isto é um efeito do método construtivo da criação, fazer no fazendo, porém a ossatura da mesma está delineada na primeira pincelada. O jogo de ilustrar o nosso mundo, o terreno da nossa intimidade, reafirmando e descrevendo com rigor tal como ele nos é apresentado afigura a função costume. Aqui vemos presente o transgredir das regras, das formas, dos hábitos; somos presenteados com a construção de novos mundos prontos a habitar. O desafio é consequente. Viver um novo mundo de formas implica reformar o constructo simbólico na sua integridade.

A proposta pretende de forma obliqua cruzar a forma com as sensações. Bailando con fuego apresenta-se como uma coreografia de uma floresta incandescente que prontamente se confronta com Floresta fria que na sua impressionabilidade estabelece uma relação biunívoca com Day stars. Já em Turn, turn, turn! A time for a change, o movimento taciturno das sensações apela-nos à mudança em quatro tempos prevendo a sensação no tempo sugerida por um escopo preciso e colossal. Cumulativamente a obra, Get your wings on!, envolve-se no baile como se de um trajecto se tratasse e, na terra somos conduzidos para o cosmos, no movimento da raiz que é arrancada e lançada para o infinito. Esse infinito é a constelação de segurança, de firmeza, de solidez.

A suspensão acontece com a delicadeza da pintura Salto al prusia, onde somos amordaçados, fixos, postos em espera no cilindro infinito. A vertigem desta imagem coloca-nos dentro, fazendo parte do todo onde somos permanentemente inscritos e aliados.

A exposição da Artista, e as suas obras são sublimes, misteriosas, rigorosas; estamos perante conscientes orações da exploração do sentido das formas nas sensações. O gesto profundo de transformação da marca pictórica do abstracto seguindo o curso da emoção não admite rupturas. As obras apresentam-se como uma viagem onde as paisagens se transformam à medida que chegamos ao destino. No percurso descobre-se que a construção das paisagens não reclama sumptuosidade de uma construção indeterminada. Tal como uma praia os seus grãos são tão exactos que reflectem sobretudo um todo infinito.

Carlos Barros

Helder Guimarães

Como tornar visível o devir invisível da cor?

Alguns aspectos se me afiguram como potencialmente reveladores desta pintura, deste durar da cor que faz ver o que talvez se mostra apenas quando já não se vê, quando os olhos deixam de ter a sua função para devirem variação com a cor...os motivos apresentados parecem relacionar-se com esta duração da cor, este devir, período de tempo não quantificável, porque se constitui do que intrinsecamente se diferencia. Assim, as Estações, por exemplo, não representariam uma determinada configuração das coisas que sucederia outra e que precederia outra ainda. A duração-processo encontra-se antes na maneira como a cor vai ocupando em variação o espaço; a geometria parece constituir-se aqui no modo como a cor vai formando um desnivelamento intensivo ao longo do tempo.

Como tornar visível o devir invisível da cor?

Um tremor imenso percorre esse espaço-tempo, esse mundo de forças oceânicas, cósmicas, desses abismos sem fundo; o corpo torna-se uma vibração sem figura nem contorno de encontro a essas forças vivas “e tanto mais vivas quanto mais inorgânicas”. É como se o movimento livre desse fluxo de cor passasse para a superfície sem perder nada da sua mobilidade...a cor, multiplicidade infinita, devem desmaio, contorno indefinido...as figuras desfazem-se em vibrações, os gestos-movimentos não estão capturados, estáticos, mas continuam na sua diferença rítmica: cor, tempo, gesto, ritmo, plano multidireccional, relação viva das forças intempestivas do "caosmos".

E se por um lado essas forças são termo-dinamismos, acelerações imperceptíveis e lentidões glaciares, são também elas que constituem o inconsciente. Haveria assim uma relação secreta entre os temas invocados, os processos que a cor cumpre e que a cumprem, e as forças que cruzam o inconsciente. Seguir a linha traçada por esta relação: devir-arte.

Helder Guimarães

Luis Coelho

Rumo ao outro lado do espelho

Laura Benavides Lara, grita-nos com cores, explosões de sensações na quietude do silêncio. Com as suas pinturas de universos estáticos em constante mudança, faz-nos a proposta de um parêntesis onde o nada é tudo e o tudo não é nada.

Um convite a recordar que existem mares por navegar, e a beleza que existe em não saber onde vamos parar. A sua obra, é um salto com todos os sentidos rumo ao outro lado do espelho. O fundo de nós próprios onde terminamos e começamos. Aquilo que é indizível e onde tudo é possível.

É dia e noite ao mesmo tempo. Celebremos!

Luis Coelho

Horacio-Néstor Pérez

En el tintero de las transfiguraciones

En el tintero de las transfiguraciones Laura lanza Dados de sombra y luz sobre la tela. Espesura indescifrable de líneas, mapas, trazos: discurso del fuego sobre las telas. Persiguiendo los estallidos, la inocencia, los colores, las sombras, en la búsqueda infatigable de la poesía.

Entro y salgo de ellas; en algunas me quedo hasta llenarme o vaciarme, para luego irme o huir hacia otra luz: la pintura se ha de ver tal como uno es. Una superficie inmóvil y gris, sobre la que el fuego rojo y amarillo, proyecta sombras blancas convulsas: bajo las ondulaciones del agua azul clarísima se deslizan con celeridad fantasmas oscuros.

Los signos no son presencias pero configuran otra presencia, los colores se alinean sobre la tela y al desplegarse abren un camino que es provisionalmente definitivo. Maleza de líneas, figuras, formas, olores, colores, sabores: los lazos de los trazos, los remolinos del color donde se anega el ojo, donde se anega la mirada.

Observar y en la observación sentirse observado por ellas. Camino hacia ellas por un trazo, una pincelada fina de mil colores y me vuelvo: la hora es un bloque de tiempo puro.

Horacio-Néstor Pérez