Exposición Labela. Retrospectiva 2009-2011.
A amiúde profundidade de privar com um artista torna inevitável estabelecer ligação entre a sua vida e a sua obra. No presente caso a felicidade de poder viver de perto (com) os trabalhos da Laura permitem-me ser invadido e construído por elas. Se por um lado as obras emergem na complexidade das formas por outro imergem na harmonia das sensações.
As obras apresentadas nesta expo representam uma violenta contraversão do jogo de formas na forma do expressionismo abstracto. Há uma narrativa que avança na capacidade de adulteração das formas que põem em dialogo formas com formas deformantes. Aparentemente isto é um efeito do método construtivo da criação, fazer no fazendo, porém a ossatura da mesma está delineada na primeira pincelada. O jogo de ilustrar o nosso mundo, o terreno da nossa intimidade, reafirmando e descrevendo com rigor tal como ele nos é apresentado afigura a função costume. Aqui vemos presente o transgredir das regras, das formas, dos hábitos; somos presenteados com a construção de novos mundos prontos a habitar. O desafio é consequente. Viver um novo mundo de formas implica reformar o constructo simbólico na sua integridade. A proposta pretende de forma obliqua cruzar a forma com as sensações. Bailando con fuego apresenta-se como uma coreografia de uma floresta incandescente que prontamente se confronta com Floresta fria que na sua impressionabilidade estabelece uma relação biunívoca com Day stars. Já em Turn, turn, turn! A time for a change, o movimento taciturno das sensações apela-nos à mudança em quatro tempos prevendo a sensação no tempo sugerida por um escopo preciso e colossal. Cumulativamente a obra, Get your wings on!, envolve-se no baile como se de um trajecto se tratasse e, na terra somos conduzidos para o cosmos, no movimento da raiz que é arrancada e lançada para o infinito. Esse infinito é a constelação de segurança, de firmeza, de solidez.
A suspensão acontece com a delicadeza da pintura Salto al prusia, onde somos amordaçados, fixos, postos em espera no cilindro infinito. A vertigem desta imagem coloca-nos dentro, fazendo parte do todo onde somos permanentemente inscritos e aliados.
A exposição da Artista, e as suas obras são sublimes, misteriosas, rigorosas; estamos perante conscientes orações da exploração do sentido das formas nas sensações. O gesto profundo de transformação da marca pictórica do abstracto seguindo o curso da emoção não admite rupturas. As obras apresentam-se como uma viagem onde as paisagens se transformam à medida que chegamos ao destino. No percurso descobre-se que a construção das paisagens não reclama sumptuosidade de uma construção indeterminada. Tal como uma praia os seus grãos são tão exactos que reflectem sobretudo um todo infinito.
As obras apresentadas nesta expo representam uma violenta contraversão do jogo de formas na forma do expressionismo abstracto. Há uma narrativa que avança na capacidade de adulteração das formas que põem em dialogo formas com formas deformantes. Aparentemente isto é um efeito do método construtivo da criação, fazer no fazendo, porém a ossatura da mesma está delineada na primeira pincelada. O jogo de ilustrar o nosso mundo, o terreno da nossa intimidade, reafirmando e descrevendo com rigor tal como ele nos é apresentado afigura a função costume. Aqui vemos presente o transgredir das regras, das formas, dos hábitos; somos presenteados com a construção de novos mundos prontos a habitar. O desafio é consequente. Viver um novo mundo de formas implica reformar o constructo simbólico na sua integridade. A proposta pretende de forma obliqua cruzar a forma com as sensações. Bailando con fuego apresenta-se como uma coreografia de uma floresta incandescente que prontamente se confronta com Floresta fria que na sua impressionabilidade estabelece uma relação biunívoca com Day stars. Já em Turn, turn, turn! A time for a change, o movimento taciturno das sensações apela-nos à mudança em quatro tempos prevendo a sensação no tempo sugerida por um escopo preciso e colossal. Cumulativamente a obra, Get your wings on!, envolve-se no baile como se de um trajecto se tratasse e, na terra somos conduzidos para o cosmos, no movimento da raiz que é arrancada e lançada para o infinito. Esse infinito é a constelação de segurança, de firmeza, de solidez.
A suspensão acontece com a delicadeza da pintura Salto al prusia, onde somos amordaçados, fixos, postos em espera no cilindro infinito. A vertigem desta imagem coloca-nos dentro, fazendo parte do todo onde somos permanentemente inscritos e aliados.
A exposição da Artista, e as suas obras são sublimes, misteriosas, rigorosas; estamos perante conscientes orações da exploração do sentido das formas nas sensações. O gesto profundo de transformação da marca pictórica do abstracto seguindo o curso da emoção não admite rupturas. As obras apresentam-se como uma viagem onde as paisagens se transformam à medida que chegamos ao destino. No percurso descobre-se que a construção das paisagens não reclama sumptuosidade de uma construção indeterminada. Tal como uma praia os seus grãos são tão exactos que reflectem sobretudo um todo infinito.
Carlos Barros
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